Rafael, nos ultimos dois anos a marcha batida da raça Campolina tornou-se mais diagonalizada. Essa tendência, que chamo de modismo, deve continuar pois as novas gerações de criadores não conheceram a autentica macha batida da raça Campolina, forjada pelos antigos e sabios criadores das linhagens que se notabilizaram na seleção de andamento. Há um enfoque errado na seleção de marcha, pelo entendimento de que para melhor o equilibrio do andamento devem ser premiados animais de marcha batida mais diagonalizada. Marcha batida boa é a que denomino de “Marcha Batida Clássica”, a qual os criadores do passado selecionaram ao longo do processo de formação de seus criatórios, alguns dos quais transformaram-se em linhagens pilares e linhagens contemporaneas. Aquela marcha é bem diferente da marcha batida da atualidade, apresentada nas pistas de julgamento, que se aproxima muito do trote, por apresentar um grau minimo de dissociação. Mas a marcha batida vem ganhando qualidade no estilo, em termos de maior energia nos deslocamentos, mais potência na força de impulsão, melhor engajamento. Porém, qualquer evolução no aprimoramento da marcha deveria priorizar primeiro a comodidade, pois o uso principal do cavalo Campolina é em passeios e cavalgadas. Como a comodidade é de avaliação subjetiva, muitos até mesmo classificam marcha batida diagonalizada como sendo “macia”. A bem da verdade, não tem lógica em correlacionar maciez com atritos verticais. “Maciez” é sentida em marcha de centro e marcha picada equilibrada. Boa comodidade é sentida nessas duas modalidades de marcha e na marcha batida classica. Comodidade aceitavel pode ser sentida em algumas marchas batidas diagonalizadas, dependendo da flexão dos membros, se não há elevação excessiva dos membros, inclinação das espáduas e quartelas.
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