PRINCÍPIOS DO CONDICIONAMENTO FISICO NA FORMAÇÃO DO CAMPOLINA ATLETA


Os movimentos derivam da força muscular. Quando o cavalo não se encontra adequadamente condicionado para participar de competições mais árduas, o sistema muscular entra em colapso, com a liberação de ácidos láticos para o interior das fibras musculares. Esta acidose, associada à fadiga muscular, poderá ser fatal, ou deixar seqüelas irreversíveis no sistema locomotor.

Todas as funções atléticas do cavalo derivam da força individual ou integrada dos músculos atuando sobre ossos, na contração e no relaxamento. O glicogênio é a principal fonte de energia muscular, como resultado do desdobramento da glicose nos processos digestivos. O metabolismo enérgico muscular pode ser aeróbico, a partir do trabalho de fibras musculares de contração lenta, ou anaeróbico, de baixa e alta oxidação, a partir do trabalho de fibras de contração rápida. O metabolismo aeróbico consome 9 vezes mais energia por unidade de glicose, mas o cavalo não cansa. Ao contrário, no metabolismo anaeróbico há produção de ácidos láticos, fadiga muscular ( dores ), sendo necessário um tempo para descanso e recuperação do oxigênio. No entanto, o cavalo não pode trabalhar aerobicamente mais rápido do que o seu sistema circulatório pode suprir oxigênio para os músculos.

Os cavalos marchadores, e também os cavalos Árabes, possuem músculos com fibras de contração lenta, com predomínio de músculos lisos. São mais resistentes. Os cavalos Puro Sangue Inglês possuem músculos com fibras mistas. Os cavalos Quarto de Milha possuem músculos com fibras de contração rápida, apropriadas, para as arrancadas potentes e os galopes vigorosos e velozes em distâncias curtas. O Programa de condicionamento físico deve buscar o equilíbrio entre o trabalho leve e o pesado, a fim de  desenvolver todos os tipos de fibras musculares.

A condição física pode ser medida através de vários parâmetros objetivos:

- Taxa cardíaca: normal de 30 batimentos / segundo, não devendo exceder a 64, mas podendo atingir um pico máximo de 150 a 180 batidas/minuto em trabalho mais intenso (ex.natação)
- Taxa Respiratória: Normal de 10 a 15 ciclos/minuto, podendo atingir um pico máximo de 50 a 60 em trabalho mais intenso (ex. natação).
- Taxa de recuperação cardíaca: Taxa cardíaca após o trabalho menos a taxa cardíaca antes do trabalho dividido pelo tempo gasto para recuperar o batimento normal.
- Metabolismo: Alguns testes podem ser feitos, tais como:
- Verificação da coloração das mucosas: tonalidade vermelho escuro indica baixa concentração de oxigênio nos músculos;
- Teste da prega cutânea: puxar uma dobra de pele na tábua do pescoço e soltar. Se após 3 segundos não voltar ao normal, é sinal de desidratação;
- Taxa de restabelecimento capilar: Faça uma pressão com os dedos na gengiva. A coloração ficará esbranquiçada. Se não voltar à cor normal dentro de 3 segundos é sinal de desidratação, fadiga;
- Condição muscular: verifique o tônus da musculatura e eventuais tremores. Poderá ocorrer uma rigidez (miopatia) ou contratura localizada.
- Fezes e urina: Quando as fezes estão secas e duras é sinal de falta de água no organismo. Quando as fezes estão moles, é sinal de estresse ou distúrbio intestinal. Quando a urina se apresentar de coloração amarelo escura, sinal de fadiga. Quando o volume da urina for reduzido, é sinal de desidratação.
- Perda de peso: Quando o trabalho está sendo realizado em excesso, deficiência na alimentação, alteração clínica.
- Temperatura: Normal de 38 graus
- Sudorese: Suor branco leitoso, espumoso, indica pouca resistência. Em serviço pesado, é normal o cavalo suar um volume de liquido de até 15 litros.

O programa de condicionamento físico dirigido tem início a partir da apartação. O objetivo é a estruturação gradual dos sistemas de sustentação e locomoção - cascos, ossos, tendões, ligamentos e músculos, que são as chamadas estruturas passivas, que se desenvolvem com mais rapidez. Simultaneamente, mas a longo prazo, os sistemas respiratório e circulatório, que são as chamadas estruturas ativas, também serão capacitados para suportarem um esforço físico gradativamente maior. Obviamente, o programa de condicionamento físico é delineado com base no tipo de atividade a ser desempenhada pelo animal e objetivando fortalecer eventuais deficiências localizadas no tronco e/ou membros.

Os exercícios são divididos em gerais ou específicos. Os primeiros atingem o animal no seu todo. Os segundos são dirigidos para fortalecer áreas debilitadas. O principal trabalho é o da musculação, que a exemplo do ser humano, tem uma resposta mais rápida durante a fase de crescimento. Na raça Campolina a taxa de crescimento apresenta uma das curvas mais acentuadas, a partir dos 6 meses até os 20 meses, aproximadamente. Daí em diante, o crescimento é mais lento, porem também mais tardio. O cavalo Campolina somente atinge a maturidade plena – capacidade reprodutiva, desenvolvimento ósseo e muscular - entre os 5 e 6 anos de idade. Todavia, a partir dos 24 meses de idade, a maturidade óssea já terá atingido praticamente 90%, com respostas mais lentas aos exercícios de condicionamento físico. A altura adulta já estará praticamente completada entre os 3 e 4 anos de idade.

Os exercícios de alta intensidade devem ser intercalados com os de baixa intensidade, a fim de preservar a integridade física do animal. Devem ser levados em conta fatores tais como  a idade, o comportamento e o estado físico geral - condição anatômica, condição morfológica, peso, condição motora nos diversos tipos de andamentos e estado clínico. Determinados exercícios não são indicados para animais muito novos, até um ano de idade, aproximadamente. Acima dos 18 meses, os animais já estarão aptos a suportarem uma carga maior de exercícios. Quanto ao comportamento, cavalos mais ativos exigem exercícios mais prolongados e frequentes, enquanto cavalos linfáticos exigem exercícios de menor intensidade, intercalados por períodos maiores de descanso. Quanto ao estado físico, se o animal apresenta alguma deficiência, ou vem de uma recuperação de afecção, o condicionamento deverá ser adaptado ao tipo de situação.

O segredo do sucesso é a progressividade, com base na escolha adequada dos tipos de exercícios e na persistência em intervalos regulares A meta é condicionar o cavalo tanto física quanto mentalmente. Para animais montados, uma regra básica é evitar os aumentos na velocidade dos andamentos simultaneamente aos aumentos na distância percorrida.

A individualidade é o melhor guia para a condução de programas de condicionamento e treinamento. São as reações do cavalo que orientam os procedimentos a serem tomados. Mais do que em qualquer outro esporte equestre, a pressa é a inimiga numero 1 no processo de preparação do cavalo atleta.

Do nascimento até a maturidade, as transformações estruturais (ossatura e musculatura) sofridas pelo cavalo são marcantes. Geralmente, todo cavalo é possuidor de uma ou mais deficiências, sendo essencial que sejam identificadas precocemente, para que possam ser corrigidas ao longo do programa de condicionamento físico.

Todos os animais devem ser trabalhados nos exercícios gerais, que são a guia de redondel, trabalho de sela nos andamentos naturais, exercícios em liberdade dirigidos, em uma pista. Neste ultimo, os animais, de um a um, são soltos em uma área segura, de tamanho suficiente para uma pessoa trabalhar o animal nos andamentos, transições, volteios à direita e à esquerda e os esbarros. Para cada região do corpo e membros podem ser aplicados diferentes exercícios de condicionamento:

Tórax - Quando estreito, o melhor exercício é a natação, que deve ser iniciada em uma distância de até 50 metros na primeira semana, 75 metros na terceira semana e 100 metros do segundo mês em diante. A natação deve ser combinada com exercícios de solo, tipo guia de redondel e exercícios em liberdade. Um outro exercício, se possível, é a caminhada em leitos de rio, com água até a altura do tórax.

Costelas -
Para forçar o arqueamento das costelas, recomenda-se a natação e as caminhadas, puxando o animal ao trote, ou marcha.

Cernelha -
Para fortalecimento da cernelha o melhor exercício é o salto, inicialmente sobre pneus deitados e, em seguida, sobre tambores deitados. O salto pode ser executado em trote, marcha ou galope, no redondel, com ajuda do cabresto, do charreteamento ou em liberdade. Mas cuidado, os excessos podem provocar afecções nos membros, principalmente quando o exercício é conduzido sobre terreno de areia fofa.

Dorso-lombo -
Esta é uma região de fortalecimento a longo prazo. Os exercícios específicos são o salto e as transições de andamentos: passo/trote (ou marcha) e vice versa, passo/galope e vice-versa, galope/esbarro e vice-versa, e assim sucessivamente. O objetivo é desenvolver uma musculatura forte e uniforme, essencial para exteriorizar o potencial atlético desejável.

Garupa, nádegas, coxas, pernas e jarretes -
Exercitar em caminhadas ( em marcha ou trote ) de uma hora em dias alternados. Animais jovens devem ser puxados ao cabresto. De preferência, o terreno deve ser ondulado, para forçar o trabalho de membros posteriores nas subidas. Outros exercícios específicos são o salto e o recuo, que deve ser efetuado corretamente, no charreteamento ou durante o trabalho de sela. Com a nuca bem flexionada, a boca fechada, aumenta-se a velocidade do recuo, exigindo um maior engajamento de posteriores e impulsão.

Espáduas, braços, antebraços e joelhos -
Os exercícios específicos são a natação, o salto, as caminhadas. Os exercícios gerais também desenvolvem rapidamente estas regiões. O objetivo é buscar o máximo de potência, com boa flexibilidade e elasticidade.

Sistemas respiratório e circulatório -
São áreas de capacitação a longo prazo, dependendo dos aumentos da frequência e intensidade dos exercícios. Principalmente no caso da prática de enduros e concursos de marcha, torna-se essencial para as vitórias que o cavalo tenha uma boa resistência. O melhores exercícios são a natação e as longas cavalgadas, em andamentos cadenciados.





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